Com uma história ambientada nos bastidores da cultura erudita, Patrícia Melo abre novos caminhos em seu universo narrativo, trazendo para o centro da trama as perturbações afetivas de um maestro brasileiro apaixonado por uma mulher trinta anos mais nova do que ele. Marie é uma violinista judia que, interessada pela cultura e pelas origens de seu povo, recorta notícias de jornal sobre o conflito no Oriente Médio e sublinha frases relativas aos judeus nos livros que lê. Uma crise de ciúme convulsiona o relacionamento entre os dois. O maestro é o narrador da história, de forma que o leitor não tem como saber se tanta desconfiança tem fundamento. A natureza do seu sentimento por Marie é confusa: ele suspeita que ela teve um caso com Sandorsky, um colega israelense que a violinista conheceu em recente visita a Israel.