Em 1744, sentenciado como herege, Pedro de Rates Henequim é condenado à morte pela Inquisição portuguesa. Em linguagem clara e envolvente, o livro explora um campo original de nossa história e refaz a trajetória de Henequim. Filho de mãe católica e pai calvinista, mediante complexos cruzamentos entre as religiões da sua infância, a cabala judaica e os mitos indígenas, ele criou uma fascinante e ameaçadora cosmologia que tratava, entre outros tópicos, da sexualidade dos anjos, da crença no poder das letras e da androginia da Virgem. Acreditava, sobretudo, que o Paraíso se situava em alguma das serranias do Brasil e que o Amazonas e o São Francisco seriam os rios das Escrituras.