O pedido do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a Antonio Callado, em 1956, para que escrevesse um perfil de Candido Portinari desencadeou uma relação recíproca de afeto e admiração entre duas das figuras de maior destaque na vida cultural brasileira do século XX. Dessa proximidade resultou a primeira edição de Retrato de Portinari, com as memórias do pintor sobre sua infância no interior de São Paulo, a adolescência pobre no Rio de Janeiro, o aprendizado em Paris e a vida intelectual de seu tempo, acompanhadas de uma série de desenhos que o pintor fez especialmente para o volume. Depois da morte de Portinari, Callado retomou o livro, complementando-o com o relato dos últimos anos de vida do pintor, sua doença, a separação da mulher. Da junção desses dois perfis resultou a segunda edição do livro, que seria publicada em 1978. Nessa terceira edição figuram os dois textos de Antonio Callado, os desenhos originais que Portinari fez para o livro, enriquecidos com mais de cinquenta obras do pintor, fotos da época e o fac-símile de seu poema Os inventariantes.