Sua obra extrapola as dicotomias abissais. Uma palavra basta: poeta. Poeta que no princípio fora violeiro repentista cordelista. E ao longo da vida foi isso tudo junto. Expressões essas oriundas de um saber ancestral que lhe legaram a forma primordial da linguagem: a fala. A revelação do belo lhe veio pelos ouvidos. A partir de então nada o detinha na busca por saciar a fome de poesia. Daí seus versos fartos vertidos como que de água limpa de cacimba nas fontes obcecas do sertão. Patativa do Assaré como Homero ou um poeta bíblico intermediário e agente divino. O encargo é o mesmo: portador da linguagem.