Exploradores do abismo - É o décimo livro de Enrique Vila-Matas publicado pela Cosac Naify. Nele, o autor retoma alguns de seus temas clássicos, como o vazio, o não, as pulsões suicidas, o anonimato e o desaparecimento do autor e os intercâmbios entre vida e literatura. O livro é o retorno de Vila-Matas à narrativa breve, mas é também um livro inclassificável, tão distante do relato convencional como do típico conjunto de contos fechados e corretos. São dezenove relatos – entre ideias, citações, fragmentos, linhas narrativas – protagonizados por personagens à beira do precipício, seres que se detém ante o vazio e o estudam e analisam. Paris não tem fim - Construído à maneira de uma conferência de três dias sobre o tema da ironia, Paris não tem fim (título de um dos capítulos de Paris é uma festa, de Ernest Hemingway) é um divertido e melancólico relato ficcional e autobiográfico do espanhol Enrique Vila-Matas sobre o exílio voluntário de dois anos em que alugou, patrocinado por seus pais, a água-furtada de Marguerite Duras, durante o período da ditadura franquista. Artistas, escritores, cineastas, intelectuais e travestis exilados na capital francesa nos anos 1970 acompanham o jovem aprendiz de romancista pelas ruas, festas, cafés e livrarias em que se dá sua formação - ou "deformação", como sugere o texto de orelha de Cassiano Elek Machado. Suicídios exemplares - Em seu quinto livro pela Cosac Naify, o catalão Enrique Vila-Matas constrói, com ironia e humor afiado, dez histórias em que os protagonistas flertam constantemente com o suicídio. Este, porém, nunca chega a acontecer de fato - pelo menos não da forma como se imagina. Escrito em 1991, o livro já possui o germe do "não" (suicidar-se, desaparecer, não escrever) que figura em Bartleby e companhia e outros títulos do autor. Em Suicídios exemplares, a ideia de se matar torna-se a saída para as decepções ou ausências nas vidas dos personagens, mas algo sempre acontece e muda o desfecho esperado.