Os Pecados do Vaticano: Soberba, avareza, luxúria, pedofilia: os escândalos e os segredos da Igreja Católica baixar o livro de graça

A Igreja Católica tem dois mil anos. Na base desta igreja e da "santa casta", cuja autoridade máxima é o papa, estão as regras milenares da chamada moral cristã, que definiram sua instituição e o comportamento de seus ministros eclesiásticos, desde sua origem até hoje. Ater-se a essas regras significa viver conforme os ensinamentos de Jesus Cristo – ou segunda a interpretação que a Igreja deu a eles – para ser um cristão verdadeiro e, em sentido mais restritivo, um católico. No entanto, a Igreja Católica corrompeu-se ao longo do tempo, pois justamente seus líderes e colaboradores incorreram em ações mais que condenáveis, completamente desalinhadas com a doutrina espiritual cristã, "caindo em pecado", expressão que costuma usar muitos para os "outros" mas nunca para si mesma. Não foram poucas as "quedas" nos próprios preceitos: a Igreja Católica tem em sua lista fraudes e lavagem de dinheiro, desvios sexuais e assassinatos suficientes para levar toda a sua casta a descer aos vários infernos de Dante.Em Os pecados do Vaticano: Soberba, avareza, luxúria, pedofilia: os escândalos e os segredos da Igreja Católica, um lançamento da Gryphus Editora, o vaticanista italiano Claudio Rendina discorre sobre a obra pecaminosa da Igreja à luz dos Dez Mandamentos, dos sete sacramentos, dos sete pecados captais assinalados por Tomás de Aquino e dos sete pecados capitais do Terceiro Milênio, determinados pela própria Santa Sé, em 2008. Rendina mostra como a mistura profana entre poder terreno e valores espirituais fragilizados resultou numa teocracia contaminada pela soberba da infalibilidade.No livro, o autor revisita a história da Igreja Católica por meio de eventos e dados históricos, em capítulos divididos nos seguintes pecados: Falso Testemunho, Avareza, Luxúria, Gula, Homicídio, Soberba e Preguiça. No primeiro capítulo, por exemplo, o autor questiona a própria origem da Igreja como falso testemunho: os dados de que Pedro, apóstolo de Jesus, tenha sido a pedra fundadora da Igreja Católica tem relatos frágeis e sem comprovação histórica autêntica.Em Avareza, Rendina ressalta a ambição desenfreada da "santa casta". É o pecado cometido desde o começo da Igreja, que enriqueceu utilizando meios contrários à moral cristã: aquisição e venda de encargos civis da Santa Sé, comércio de moedas e selos, aquisição e venda de nomeações eclesiásticas de monsenhor, bispo, cardeal e da própria eleição papal, das indulgências e bendições; de imagens e símbolos sagrados, entre outros. Já em Luxúria, não ficaram de fora o "cobiçar a mulher do próximo", ainda em uma época em que padres podiam manter casamentos, a homossexualidade – classificada como pecado pela Igreja –, e a pedofilia. A Gula retrata justamente a substituição do alimento do espírito e do jejum por banquetes suntuosos servidos nos salões do Vaticano aos seus membros.A Igreja Católica também ficou conhecida por fomentar guerra e morte em nome da fé, como pode ser visto nas Cruzadas e na Inquisição Espanhola, entre outras campanhas sangrentas, como o autor mostra no capítulo Homicídio. Ao se considerar a representação de Deus na Terra, a Igreja peca por Soberba, que a levou ao preconceito e conversão forçada de judeus, a condenação da Ciência e da Cultura e até mesmo ao preconceito masculino contra sacerdotes mulheres. O pecado da Preguiça no destino de ofertas e subsídios aos pobres e às missões que deveriam constituir, ao contrário, a primeira finalidade apostólica da Santa Sé em relação à caridade. Na verdade, boa parte do dinheiro de doações para os "pobres" termina sendo utilizado para outras finalidades determinadas pelo papa.Em Os pecados do Vaticano, Claudio Rendina conta uma história do Vaticano ao avesso, uma anti-história da Igreja Católica. O autor relembra a Dictatus Papae, emitida por GregórioVII, em março de 1075, como base da ideologia teocrática e até hoje jamais revogada: "A Igreja romana nunca errou e jamais em futuro errará, como testemunha a Sagrada Escritura".