Aqui se faz uma revisão radical do cânone colonial brasileiro: abalam-se conceitos e preconceitos reproduzidos nas escolas, reavaliam-se obras consagradas, propõem-se novas categorias teóricas, decifram-se as razões que norteiam a seleção de textos. Os textos consagrados em antologias, histórias e livros didáticos são como fonemas de uma frase jamais formulada, cujo sentido está contido em cada um dos fragmentos e em nenhum deles: o olhar que a decifra revaloriza a cultura das minorias étnicas e dos grupos diferenciados, reavalia a herança colonial como imposição de uma identidade externa, desvela a função ideológica dos “clássicos”, redescobre textos esquecidos que permitem iluminar a história pretérita como fundamento do presente. Verificando a falta de resistência de textos clássicos a uma análise crítica, desvela a sua função ideológica e faz tabula rasa do sacralizado artístico, para liberar a percepção do que realmente é arte...