Dom Helder. Misticismo E Santidade baixar o livro de graça

...quando dou pão aos pobres, chamam-me de santo, quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista... Lembrado na história da Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil e no mundo, como um apóstolo, Dom Hélder soube honrar e usar seu carisma para defender a paz e a justiça. Principalmente em relação aos mais necessitados e aos esquecidos pela sociedade. Dom Hélder - Misticismo E Santidade, do jornalista Marcos de Castro, conta um pouco da história deste que foi, certamente, o maior nome da Igreja brasileira no século XX. E um dos membros mais ativos do Conselho Nacional dos Bispos do Brasil, que está comemorando seus 50 anos de criação. Escrito a partir de uma série de entrevistas conduzidas por Marcos de Castro, no final de 1977, na casa do próprio Dom Hélder, nos fundos da Igreja das Fronteiras, em Recife, o livro focaliza, principalmente, o lado humano do religioso. O resgate do livro nasceu de uma conferência do padre José Comblin pronunciada em Olinda, algum tempo depois da morte de Dom Hélder. A palestra Espiritualidade de Dom Hélder fazia um levantamento primoroso das características do místico Dom Hélder Câmara, lado esquecido do religioso, principalmente após sua morte, com 90 anos, em 1999. Hélder Pessoa Câmara nasceu em Fortaleza, no dia 7 de fevereiro de 1909. Filho de João Eduardo Torres Câmara Filho, maçom, jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma comercial. Sua mãe, D. Adelaide Pessoa Câmara, era professora primária. Sua tendência religiosa floresceu a partir dos quatro anos de idade, devido à influência dos padres lazaristas. Aos quatorze entrou no Seminário da Prainha de São José, em Fortaleza, onde fez os cursos preparatórios e depois cursou filosofia e teologia. Durante os estudos sempre demonstrou desenvoltura nos debates filosóficos e teológicos. Na festa da Assunção de Nossa Senhora, comemorada no dia 15 de agosto de 1931, o seminarista Hélder, foi ordenado sacerdote, por especial autorização da Santa Sé. O religioso ainda não tinha completado a idade mínima exigida para ordenação, que era a de 24 anos. Em seguida foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará, cargo que exerceu por cinco anos. Depois foi transferido para o Rio de Janeiro, onde morou e trabalhou por 28 anos. O Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 20 de abril de 1952, o elegeu Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro. Nesse período, exerceu o cargo de Secretário Geral da CNBB, implantou os ideais da organização, promovendo interação entre os bispos do Brasil, participou de congressos para atualização e adaptação da Igreja Católica, sobretudo integrando a Igreja na luta em defesa da justiça e cidadania. Paralelamente às atividades religiosas, Dom Hélder criou projetos e organizações pastorais, destinadas a atender às comunidades do Nordeste, que viviam em situação de miséria. Dom Hélder escreveu diversos livros que foram traduzidos em vários idiomas, entre os quais, japonês, inglês, alemão, francês, espanhol, italiano, norueguês, sueco, dinamarquês, holandês, finlandês. Recebeu cerca de seiscentas condecorações, entre placas, diplomas, medalhas, certificados, troféus e comendas. Foi orador de massas no Brasil e no exterior, onde expressou, com densidade e força, seus ideais, posicionamentos, questionamentos religiosos, políticos e sociais. Recebeu 32 títulos de Doutor honoris causa e vinte e quatro prêmios de diversos órgãos internacionais.