Neste livro há um fragmento seguido de outro fragmento. Mas é no intervalo, na diferença, nesse silêncio que ocorre entre o final de um movimento (de um fluxo verbal, de uma respiração) e o início de outro, que se produz o que mais importa - a possibilidade de que o leitor se detenha um momento e crie em si mesmo uma espécie de bolha que poderia muito bem ser caracterizada como pensativa. Carlos Skliar nos fala não tanto da linguagem, mas da experiência da linguagem, com a linguagem e na linguagem. Uma experiência em que a leitura, a escrita e a conversação são medidas com um mundo feito de interrupções, de iluminações, de alteridades e de mistérios. E nos fala também não tanto da educação, mas da experiência da educação, quando essa experiência está atravessada (e se deixa atravessar) por uma língua viva.