As cartas de um detento: baseado em fatos reais baixar o livro de graça

E ali estavam todos eles. Era como se fosse um dia de primavera. Os seus olhares falavam, cantavam e conduziam, em plena tarde de domingo. Ali, estavam pai, mãe, irmãos e a certeza de que aqueles sete anos e oito meses entre três paredes e uma grade lhe fizeram forte o suficiente para cair em lágrimas que escorriam por entre os seus olhos. Naquele momento, eu não sabia o que fazer, se todo aquele encanto, aquele contentamento, veio através das minhas cartas. Foi lhe proporcionado um grande momento, um grande encontro com a vida, que jamais sonharia em torná-lo real. E assim estávamos envolvidos pela vontade de vencer, de mostrar aos quatro cantos: Sim, eu sou capaz, porque tenho você, porque a vida quis assim, e que assim seja. Sigamos em frente, porque tudo passa. E a vida? A vida... A vida continua.AS CARTAS DE UM DETENTO O nosso cotidiano é cheio de coisas para se fazer... Acordar cedo, tomar o café da manhã, ir pra escola, voltar pra casa. Fazer as tarefas escolares, almoçar, dormir. Sair com amigos, namorar, conversar, dormir novamente. Ir pra escola de novo. Ir pra balada com os amigos, beber. É um tédio a rotina... Assistir a filme, assistir à novela. Depois vem o trabalho, a rotina. Pagar as contas, de água, luz, o aluguel. Pagar a comida, as prestações. Será que a vida se resume a isso? "Para os que não se adaptam, existe a arte! Para os que não se adaptam, existe a loucura! Para os que não se adaptam, existe o asilo! Para os que não se adaptam, existe a solidão! Para os que não se adaptam, existe o escuro! Para os que não se adaptam, existe a marginalidade!"