Aqui você verá o arqueólogo da sexualidade Foucault desenhar uma estilística da vida a dois no período greco-romano. Um desenho que nos expõe em cores vivas às práticas que guiavam tanto o casamento quanto as relações homossexuais masculinas na época. Lentamente vemos saltar desse quadro a sedimentação de condutas como: a fidelidade a virgindade e a crítica à pederastia. Mas seria então a moral greco-romana um prenúncio da ética cristã? Aqui o olhar genealógico de Foucault demonstra a sua astúcia. A erótica da Antigüidade nos ensina que nem toda moral é uma espécie de código jurídico. O que temos nesse período está muito mais próximo das sutilezas de uma estética. É a estilização da relação consigo e com os outros que está em jogo. Toda uma arte de viver baseada na dominação de si vai aos poucos sendo construída.