“En el mar, chiquitita, está la liberdade – ressoava em seus ouvidos as palavras do avô, imigrante espanhol, que ficava em Cuba, solitário, vendo a, filha e a neta partirem rumo ao continente. Avô de quem tinha doces lembranças pelo afeto na infância e pelas canções espanholas que ficaram gravadas, em sua memória. Recordava-se dos almoços preparados pela avó à base de peixes, amêijoas e santolas pescadas no mar próximo. Com o avô, aprendera, poemas inteiros que ainda se lembrava. Nos momentos de tristeza ou solidão, voltavam-lhe aqueles versos decorados quando nos passeios ao sol ardente junto aos vastos campos de pinheiros e eucaliptos no interior da Galícia: de um lado as praias; de outro as montanhas. Ainda mais agora que se preparava para partir rumo ao desconhecido.” Trecho do conto “Los otros están muertos”