À Espreita do Pendulo Cósmico baixar o livro de graça

O iogue consulta o relógio. De repente, o ponteiro dos segundos pára. Não é por defeito ou falta de corda, pois seu companheiro ao lado nada percebe de anormal. Para a maioria de nós, impotentes ante a marcha inexorável do relógio, um momento é algo definitivamente fora do alcance, algo que só existe para, num piscar de olhos, se tomar passado. Nosso iogue, no entanto, sabe que para ele muita coisa pode acontecer naquele pedaço insignificante de tempo, até mesmo uma aventura que nada fica a dever às aventuras narradas nos mais imaginosos livros de ficção. O iogue é alguém que, por assim dizer, aprende a fixar os pontos de repouso do pêndulo, onde têm início as mais incríveis incursões do espírito pelos mundos superiores. Neste livro surpreendente, Itzhak Bentov consegue transformar o pêndulo, representante por excelência de um mundo dominado pelo relógio, no símbolo de uma liberdade para além do tempo. A magia do assunto parece ter contaminado a própria narrativa, pois sua leitura, como a de um romance cativante, é "de parar o tempo". Com muita criatividade e imaginação, Bentov, em sua visão radicalmente ondulatória do mundo, abre ao "observador" os horizontes de uma odisséia sem igual: comunicações instantâneas com seres de qualquer parte do universo; onipresença do observador, que se propaga com velocidades maiores que a da luz; existência de uma "memória do universo", onisciente e onipotente, sob a forma de um imensurável holograma, que o "observador-onda" pode iluminar e ler à vontade; acesso, "por ressonância", aos nossos corpos superiores, que são "harmônicos" do corpo físico, etc. No âmbito dessa visão, a consciência é a entidade mais básica do universo e a evolução é a sua lei. Em sua linguagem de exemplos muito claros, Bentov segue, passo a passo, a provável evolução da consciência de uma rocha. Como se tudo isso não bastasse, ele incorpora suas idéias à concepção teosófica, e propõe as técnicas de meditação como o grande instrumento de que dispomos para levar adiante o grande plano da evolução universal. Por incrível que pareça, Bentov ainda arranja tempo para propor toda uma cosmologia (onde o absoluto é visto como um oceano de energia de freqüência infinita) e uma cosmogonia, que, implicitamente, reatualiza e reinterpreta o mito do ovo do mundo, no curioso modelo de universo que propõe, acionado por um big bang contínuo.