O moderno sistema de Estados e marcado por intervencoes militares. Ao longo de sua historia a compreensao de onde, como, quem e por quais valores intervir variou de acordo com a concepcao do Estado e de suas responsabilidades. Considerando que o uso da forca esteve vinculado ao contexto normativo de cada ordem internacional, conclui-se que a intervencao militar humanitaria, aplicada principalmente desde o fim da Guerra Fria, e um exemplo dessas variacoes. Atualmente, o proprio entendimento sobre intervencao militar humanitaria encontra-se em transformacao. Novos valores relacionados aos principios fundamentais do sistema internacional, como o de soberania, deparam-se com novos deveres do Estado, como a garantia da seguranca humana. A Responsabilidade de Proteger e o resultado desta inovada compreensao. Formulada a partir da polemica intervencao do Kosovo, em 1999, o conceito possibilita intervencoes que nao excluem acoes militares. Este livro busca analisar se, no caso de incorporada ao direito internacional, a Responsabilidade de Proteger significaria uma nova modalidade de intervencao diplomatico-militar baseada nos recentes conceitos de soberania e seguranca humana."